By 5 de janeiro de 2023

ESCRITO POR FERNANDA TEIXEIRA, ASCOM

06/12/2022 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, FAEMG

O agronegócio mineiro, mais uma vez, mostrou sua relevância para a balança comercial do estado. O Valor Bruto da Produção (VBP) superou os R$ 137 bilhões em 2022, apontando um crescimento de 8,9% em relação a 2021. As exportações também foram destaque, atingindo recorde histórico. Os resultados do ano e as perspectivas para 2023 foram apresentados pela diretoria do Sistema Faemg Senar, em coletiva de imprensa promovida nesta segunda-feira (5/12), em Belo Horizonte.

As exportações somaram quase US$ 13 bilhões, de janeiro a outubro de 2022, resultado que ultrapassa em 49% o obtido no mesmo período de 2021. Foram embarcadas cerca de 12 milhões de toneladas para 172 países, sendo a China o principal comprador. O café é o item de maior peso, representando mais de 45% das exportações do setor, seguido por complexo soja, carnes, complexo sucroenergético e produtos florestais. As exportações do agro somam 8% das exportações totais do estado, sendo que, no mesmo período de 2021, a participação foi de 26,5% em valor.

“Faço um balanço positivo do ano. Exportação significa superávit, é um sinal de que conseguimos abastecer o mercado interno e sobrou, no bom sentido, para exportarmos. Isso significa dinheiro na veia do povo mineiro, dólar que chega em Minas Gerais e no Brasil e vira carro, imóvel, roupa, sapato. É o produto do campo saindo dos nossos solos, sendo levado para várias regiões do mundo e trazendo divisas para nosso país”, declarou o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo.

Iniciativa da instituição fundamental nesse cenário, o Projeto AGRO.BR, em parceria com a CNA e a APEX-Brasil, tem ampliado a pauta exportadora. O foco é capacitar os produtores rurais para atuarem no mercado exterior, oportunizando a participação em eventos internacionais e rodadas de negócios. No fechamento de 2021, foram 418 produtores participantes em diversas cadeias produtivas e a segunda fase, iniciada em meados de 2022, já conta com 86 inscritos.

Sistema Faemg Senar

O Sistema Faemg Senar contribuiu de diversas formas para os resultados do agro mineiro. O programa de Assistência Técnica e Gerencial levou atendimento a mais de 20 mil produtores rurais em 2022, um incremento de 47% em relação a 2021. A previsão é finalizar o ano com 128 mil visitas de campo. Mais de 106 mil participantes concluíram 11 mil treinamentos de Formação Profissional Rural e mais de 32 mil pessoas foram atendidas em 3 mil treinamentos da Promoção Social.

A instituição também conta com 10 comissões técnicas constituídas por produtores rurais que debatem, em reuniões bimestrais, assuntos estratégicos e emergenciais do setor. Elas exercem defesa técnica e política, além de darem visibilidade às cadeias de Cachaça de Alambique, Café, Cana-de-açúcar, Florestas Plantadas, Fruticultura, Grãos, Ovino e Caprinocultura, Pecuária de Corte, Queijo Minas Artesanal e Pecuária de Leite.

Entre as principais realizações das comissões destacam-se o trabalho para mitigar os danos causados pelas chuvas de granizo no estado, especialmente na cadeia do café, e a orientações ao produtor rural sobre a retirada de vacinação contra a febre aftosa a partir de 2023, uma conquista do Estado que representará economia de cerca de R$ 1 bilhão em vacinas, além da valorização do produto e abertura de mercados internacionais.

Sustentabilidade

No quesito sustentabilidade, o Sistema Faemg Senar, em parceira com o setor sucroenergético, tem contribuído para alcance das metas de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). “O uso do etanol pela frota do Sistema, a partir de 28/06/2022, já evitou a emissão de 33,2 toneladas de GEE. Para compensar esse mesmo volume de emissões seria necessário o plantio de 240 árvores”, ressaltou Antônio de Salvo. Ele destacou, ainda, a participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27) para entendimento do multilateralismo climático, estágio atual das negociações para cumprimento das metas de zerar emissões liquidas até 2050 e contribuições do agro para a sustentabilidade.

“O Brasil desponta muito à frente dos demais no que se refere à agropecuária sustentável, com múltiplas safras que usam tecnologias e práticas regenerativas do solo e fixadoras de carbono. Temos 66% da vegetação nativa preservada, provendo serviços ecossistêmicos para o mundo. Nosso país figura como solução em segurança alimentar, biodiversidade, estoques e fixação de carbono”, enfatizou o presidente.

Fortalecimento e aproximação

Pela primeira vez em Belo Horizonte, cerca de 2 mil pessoas ligadas ao agronegócio mineiro se reuniram para discutir os rumos do setor, ampliar a integração e fortalecer a cadeia produtiva. O 1º Encontro do Sistema Faemg, ocorrido em setembro, contou com a participação de integrantes de 387 Sindicatos Rurais, lideranças e autoridades e uma agenda de palestras técnicas, motivacionais, institucionais e mesas de debates.

Um dos mais importantes projetos do ano, o Redescobrir promoveu aproximação entre o Sistema Faemg Senar e os Sindicatos associados, apresentando os serviços e as atividades desempenhadas pela entidade para fomentar o agronegócio mineiro. Foram 7 etapas com a participação de 304 presidentes de sindicatos.

Participaram da coletiva de imprensa o vice-presidente de Finanças do Sistema Faemg Senar, Renato Laguardia, e o vice-presidente de Secretaria, Ebinho Bernardes.

Balanço da produção mineira:

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Grãos: A produção mineira de grãos atingiu a marca de 16,73 milhões de toneladas no ano safra 2021/22, segundo a CONAB. Os produtos mais relevantes da safra foram a soja e o milho. Juntos, eles aumentaram a produção em 9% frente à safra 2020/21, atingindo a produção de 15,27 milhões de toneladas na safra 2021/22, o equivalente a 91% da produção total.

Hortifrutis: A banana foi cultivada em 48,3 mil hectares. Em relação ao ano passado, a queda na área plantada foi de 1,8%, enquanto a produção, equivalente a 835,4 mil toneladas, reduziu 5,1% em relação ao ciclo anterior.

A laranja foi produzida em uma área de 38,9 mil hectares, mantendo estabilidade em relação à 2021. Já a produção teve aumento de 11,3% em relação ao ano de 2021, registrando 1,09 milhão de toneladas.

A área cultivada de batata, segundo o IBGE, teve redução de 3,5%, passando de 36,9 mil hectares em 2021 para 35,7 mil hectares plantados em 2022. A produção caiu 1%, registrando 1,29 milhão de toneladas produzidas, enquanto no ciclo anterior a produção foi de 1,31 milhão.

A área cultivada de tomate se manteve a mesma em relação a 2021. Segundo dados do IBGE/LSPA foram cultivados 7,3 mil hectares. A produção foi de 557,9 mil toneladas, aumento de 1% em relação ao ano anterior.

Café: O ano de 2022 foi desafiador para a cafeicultura. Intempéries climáticas, como seca, geada e granizo, assolaram as principais regiões de café e prejudicaram duas safras consecutivas. A produção em 2022 está estimada em 22 milhões de sacas, 36,4% menor que no ano de bienalidade positiva (2020). O impacto para a próxima safra (2023) ainda terá reflexo dessas condições climáticas.

Cana-de-açúcar: Para a cana-de-açúcar, depois da quebra na produção em função de adversidades climáticas como seca e geada severa em 2021, a safra 2022/23 em Minas Gerais é estimada com leve melhora. O volume esperado é de 67,5 milhões de toneladas, aumento de 5,2% e produtividade 3,2% maior em relação à safra passada.

Silvicultura: Minas permanece no ranking com a maior área de florestas plantadas do Brasil, superando os 2,1 milhões de hectares (aumento de 0,5% em relação ao ano anterior). A cultura do eucalipto representa mais de 97,3% dessa área. Entre os 10 municípios com maiores áreas de florestas plantadas do Brasil, três estão em Minas Gerais: João Pinheiro (6º), Buritizeiro (7º) e Itamarandiba (9º).

Bovinocultura de corte: Minas ocupa o 4º lugar no ranking nacional do efetivo de rebanho de bovinos, com 22,9 milhões de cabeças (10,1% da participação total). As maiores populações encontram-se no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (24%), Norte (11,6%), Sul e Sudoeste (10,9%). De janeiro a junho, foram abatidas 1,3 milhão de cabeças no estado, o que representa um recuo de 4,03% em relação ao mesmo período de 2021.

Bovinocultura de leite: O ano de 2022 foi atípico para o mercado do leite, iniciando com uma queda no índice de captação de 8,8% no primeiro semestre no Brasil. Em Minas, houve recuo de 9,6% no primeiro e 6,6% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2021. Com a menor oferta da matéria-prima, os laticínios passaram a disputar produtores para assegurar a captação e suprir a demanda do mercado consumidor, o que resultou em aumento no preço pago ao produtor. Na média de janeiro a outubro, o valor do litro, segundo o Cepea, ficou em R$ 2,72/litro, elevação de 25,3% em relação a 2021.