Os produtores de soja, na safra 2015/2016, devem enfrentar elevados custos de produção, os maiores dos últimos anos, devido à valorização do dólar frente ao Real, altas taxas de juros para as atividades de custeio, salários, além do realinhamento nos preços dos combustíveis e da energia elétrica, mostra análise do Campo Futuro, uma iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).
Ao mesmo tempo, a recente queda na taxa de câmbio abre possibilidade para, no decorrer dos próximos meses, pelo menos os insumos atrelados ao dólar utilizados na produção apresentem alguma redução no preço final pago pelo agricultor. A elevação dos custos, segundo análise do Campo Futuro, pode ser explicada, em parte, pelo atraso ocorrido na compra dos insumos necessários para o plantio da soja na safra 2015/2016.
Assim, com as estimativas de custos e preços recebidos, o produtor terá pela frente margens de lucros mais restritas, que podem ser insuficientes para saldar as depreciações e a remuneração do capital investido.
Situação do milho
É diferente a situação da segunda safra de milho. Espera-se boa produtividade para o cereal, apesar de problemas pontuais ocorridos durante o plantio em consequência das oscilações climáticas, em especial no Sul do país, nos meses de março e abril. No Paraná, houve atraso no plantio da segunda safra de milho devido ao excesso de chuvas durante a colheita da soja, reduzindo a janela ideal para o plantio do cereal.
O estudo CNA/Cepea mostra ainda que a colheita de soja está praticamente encerrada nos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e na maioria das áreas plantadas na região Sul. No caso do Oeste da Bahia, Maranhão e de Minas Gerais, o processo está em fase final, também com boas perspectivas em relação aos anos anteriores. Um bom exemplo pode ser verificado em Primavera do Leste, no Mato Grosso, onde a produtividade média pode chegar a 52 sacas/hectare, no caso da soja convencional resistente a herbicidas.
A queda de 3,27% do dólar frente ao Real, ocorrida entre março e abril deste ano, aliviou um pouco os custos do produtor. Mesmo assim, o preço de vários fertilizantes ainda supera as cotações do ano passado, em várias regiões produtoras. Caso essa queda persista – ocorrida nos últimos 2 meses -, os agricultores poderão intensificar o ritmo de aquisição de insumos, que estava enfraquecido até o final do mês passado, abaixo dos níveis praticados em anos recentes.
Leia a análise na íntegra: http://www.canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/Ativos_graos_n14.pdf
Fonte: Confederação Nacional da Agricultura