Primeiro manifesto nacional para o fortalecimento da cadeia produtiva do leite acontece em Minas Gerais no próximo dia 16
O leite é a atividade que mais gera empregos no país. Segundo o IBGE, são 1,3 milhão de propriedades que produzem leite; considerando a ocupação média de quatro pessoas por propriedade, são mais de 5 milhões de empregos gerados nas industrias de laticínios e no campo com a produção primária. Outro dado importante é que o leite está presente em 99% dos municípios dessa federação de dimensões continentais.
O Brasil é o quarto maior produtor de leite do mundo. Em 2016, o faturamento gerado pela produção de leite foi de R$ 44,7 bilhões, representando 24% do valor bruto da produção (VBP) gerado pela pecuária, sendo inferior apenas à carne bovina, mas superior ao valor da produção de frangos, suínos e ovos, como se observa na figura 1:
Até aqui tudo bem, né? O leite mostra a sua força e representatividade econômica e social. No entanto, um cenário recorrente de importações exageradas de leite em pó está desorganizando a cadeia produtiva nacional de lácteos, o que ameaça a sobrevivência de mais de 5 milhões de trabalhadores.
RELAÇÃO DESFAVORÁVEL
A análise da balança comercial do agronegócio entre Brasil e Uruguai permite dimensionar o quanto o país é afetado pelas exportações uruguaias. Em 2016, o saldo desse comércio foi favorável ao Uruguai em US$418 milhões, sendo que 36% referem-se aos produtos lácteos. Nesse período, o Brasil foi o destino de 86% do leite em pó desnatado, e 72% do leite em pó integral exportado pelo Uruguai.
LEITE DERRAMADO
Após dois anos de retração da produção de leite brasileiro, o cenário produtivo em 2017 apresenta sinais de recuperação, impulsionado por preços praticados para o litro de leite a partir do segundo semestre de 2016. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) estima que a produção deste ano será de 34,9 bilhões de litros, o que deve gerar um faturamento de R$46,8 bilhões.
No entanto, a persistência do quadro importador trouxe ao mercado nacional um cenário artificial de preços, apresentando forte queda em plena conjuntura de entressafra, conforme figura 2:
MANIFESTO NACIONAL
Por essas razões produtores, cooperativas de leite e sindicatos do Brasil promoverão, no próximo dia 16, a partir das 09h, no Parque de Exposições do município do Prata (MG), um manifesto nacional para o fortalecimento dos produtores.
Organizado pelo Núcleo dos Sindicatos Rurais e Fecoagro Leite Minas, o evento receberá mais de 1000 produtores rurais, autoridades e lideranças do setor, que reivindicarão a adoção, por parte do governo brasileiro, de medidas de apoio e defesa da cadeia produtiva do leite. O Ministro da Agricultura Blairo Maggi é presença confirmada no evento.
De acordo com Vicente Nogueira, coordenador da câmara de leite da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), “o objetivo é alertar as autoridades do risco de se aprofundar ainda mais a crise no setor leiteiro por falta de mecanismos que garantam renda para o setor ”, alerta.
Durante o evento será apresentado o panorama atual do leite no Brasil e as demandas dos produtores de leite, representados por suas entidades, para a melhoria da cadeia como um todo.
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