Dados do IBGE confirmam o agronegócio brasileiro como principal suporte da economia do país

A produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas, na safra 2014/2015, alcançou 204,3 milhões de toneladas, um crescimento de 5,9% em comparação à safra anterior (192,9 milhões de toneladas, em 2014), indica o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em levantamento divulgado nesta quinta-feira (11). Já a estimativa da área a ser colhida é de 57,5 milhões de hectares, acréscimo de 2% frente aos números da safra 2013/2014 (56,4 milhões de hectares). Os números, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) , mostram que o setor agrícola continua sendo a principal âncora da economia brasileira, com oferta regular de alimentos para a população e exportações recordes que garantem superávits regulares da balança comercial.
De acordo ainda com os números do IBGE, em comparação com os dados do mês passado, ocorreu um ganho de 2,3 milhões de toneladas na produção de grãos prevista para o biênio 2015/2016, fato que se deve a ganhos de produtividade da soja e do milho segunda safra. A propósito, a safra da soja deverá colher 96 milhões de toneladas, 11,5% acima dos 86,1 milhões de toneladas da safra anterior. No caso do milho, os números indicam que a segunda safra vai alcançar 49,4 milhões de toneladas, 2% a mais em relação a 2013/2014.
O arroz, o milho e a soja representaram juntos 91,9% da estimativa de produção e responderam por 86,0% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, ainda segundo o IBGE, houve aumento de 5,4% na área plantada de soja, 0,8% na do milho e, no caso do arroz, ocorreu redução de 3,4% na área plantada. A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 23 de maio, com levantamento sobre área plantada, produção e produtividade média estimada, evolução do desenvolvimento das culturas, dentre outras variáveis.
FONTE: Confederação Nacional da Agricultura

Levantamento indica elevação de custos para produtores de soja na safra 2015/2016

Os produtores de soja, na safra 2015/2016, devem enfrentar elevados custos de produção, os maiores dos últimos anos, devido à valorização do dólar frente ao Real, altas taxas de juros para as atividades de custeio, salários, além do realinhamento nos preços dos combustíveis e da energia elétrica, mostra análise do Campo Futuro, uma iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).
Ao mesmo tempo, a recente queda na taxa de câmbio abre possibilidade para, no decorrer dos próximos meses, pelo menos os insumos atrelados ao dólar utilizados na produção apresentem alguma redução no preço final pago pelo agricultor. A elevação dos custos, segundo análise do Campo Futuro, pode ser explicada, em parte, pelo atraso ocorrido na compra dos insumos necessários para o plantio da soja na safra 2015/2016.
Assim, com as estimativas de custos e preços recebidos, o produtor terá pela frente margens de lucros mais restritas, que podem ser insuficientes para saldar as depreciações e a remuneração do capital investido.

Situação do milho

É diferente a situação da segunda safra de milho. Espera-se boa produtividade para o cereal, apesar de problemas pontuais ocorridos durante o plantio em consequência das oscilações climáticas, em especial no Sul do país, nos meses de março e abril. No Paraná, houve atraso no plantio da segunda safra de milho devido ao excesso de chuvas durante a colheita da soja, reduzindo a janela ideal para o plantio do cereal.
O estudo CNA/Cepea mostra ainda que a colheita de soja está praticamente encerrada nos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e na maioria das áreas plantadas na região Sul. No caso do Oeste da Bahia, Maranhão e de Minas Gerais, o processo está em fase final, também com boas perspectivas em relação aos anos anteriores. Um bom exemplo pode ser verificado em Primavera do Leste, no Mato Grosso, onde a produtividade média pode chegar a 52 sacas/hectare, no caso da soja convencional resistente a herbicidas.
A queda de 3,27% do dólar frente ao Real, ocorrida entre março e abril deste ano, aliviou um pouco os custos do produtor. Mesmo assim, o preço de vários fertilizantes ainda supera as cotações do ano passado, em várias regiões produtoras. Caso essa queda persista – ocorrida nos últimos 2 meses -, os agricultores poderão intensificar o ritmo de aquisição de insumos, que estava enfraquecido até o final do mês passado, abaixo dos níveis praticados em anos recentes.

Leia a análise na íntegra: http://www.canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/Ativos_graos_n14.pdf

Fonte: Confederação Nacional da Agricultura

Novas pragas ameaçam soja e outras culturas

Lista elaborada pela Embrapa indica 19 insetos que atacam a agricultura global e que podem chegar às lavouras brasileiras

Por Cassiano Ribeiro/ Revista Globo Rural

A agricultura brasileira está vulnerável ao ataque de outras novas e perigosas pragas além da lagarta Helicoverpa armigera, que devastou parte dos campos do país há dois anos, deixando um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões aos produtores rurais. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lista pelo menos 19 ameaças reais somente à soja. Veja a lista abaixo.
Devido à extensão territorial que ocupa, a cultura pode ser ponte para os invasores atacarem plantações de outros produtos, como milho, algodão e feijão. No ano passado, a soja foi cultivada em 31,9 milhões de hectares, 55% da área dedicada aos grãos.
A chegada dos novos insetos está relacionada, na maioria das vezes, à atividade humana. O comércio demercadorias e o fluxo de pessoas entre países elevam as chances de disseminação das pragas. “Existem vários casos de entrada de uma espécie, que se estabelece em plantas espontâneas e, ao longo do tempo, ela se adapta às condições locais e evolui. O bicudo-do-algodoeiro, por exemplo, foi detectado pela primeira vez no Brasil emCampinas, em plantas nos arredores do aeroporto. Mais tarde, a praga inviabilizou a cultura do algodão em algumas regiões do país”, lembra o entomologista da Embrapa-Soja, Samuel Roggia.
Nova mosca
Uma praga que entrou recentemente em território nacional e hoje ameaça com uma nova raça é a mosca branca. O inseto, que suga a seiva e enfraquece ou até mata a planta, foi identificado pela primeira vez nos anos 1990. De lá para cá, vem se adaptando eatacando com maior intensidade diversas culturas como o feijão e a soja.
Agora, ainda há um novo biótipo da mosca, da raça Q. Segundo a entomologista da Embrapa e especialista na praga, Eliane Dias Quintela, essa espécie entrou pelo Rio Grande do Sul em 2012 e é mais forte. “O perigo é que ela pode transmitir doenças que ainda não temos aqui e contaminar outras culturas, como o tomate. A praga também é resistente aos neocoinóides [inseticida] e aos reguladores de crescimento”, ressalta ela. Essa resistência desafia a pesquisa.
Prevenção
A melhor maneira de lidar com a mosca branca é a prevenção, fazendo o manejo adequado de culturas e pragas. “É preciso eliminar as plantas hospedeiras [são mais de 600 espécies], como todas as ervas daninhas presentes atualmente no campo. A maioria é hospedeira dos vírus. Também é preciso evitar o plantio escalonado, cumprir o vazio sanitário para cada cultura e região e incluir controle biológico, usando inseticidas seletivos”, sugere a entomologista.
As mudanças climáticas, mais especificamente no padrão dos ventos e das temperaturas, também colaboram com a infestação e evolução das pragas. O clima tropical do Brasil é um prato cheio, pois “não cabem exceções. Temos clima para todos os tipos de pragas”, ressalta Roggia. “A gente planta praticamente o ano inteiro, temos culturas que o plantio inicia em outubro, depois vem safrinha, depois os plantios irrigados e tudo plantas hospedeiras para pragas como a mosca branca”, acrescenta Eliane.